O deserto nos prepara para a missão – Tempo Quaresmal

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“No momento em que Jesus saía da água, João viu os céus abertos e descer o Espírito em forma de pomba sobre ele. E ouviu-se dos céus uma voz: “Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição”. E logo o Espírito o impeliu para o deserto. Aí esteve quarenta dias. Foi tentado pelo demônio e esteve em companhia dos animais selvagens. E os anjos o serviam. Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho”.”
                                                                                                       São Marcos, 1 – 10-15

Quando ouvimos falar em quaresma logo surge em nossa mente: Deserto, Jejum, Tentação, Cruz e Ressurreição. É o tempo de muito mais do que relembrarmos os dias que Jesus ficou no deserto é tempo de unirmo-nos a Ele. “Todos os anos, pelos quarenta dias da Grande Quaresma, a Igreja une-se ao mistério de Jesus no deserto”(Catecismo da Igreja Católica § 540).

 

Pensar neste lugar muitas vezes nos causa medo. Nele existe a secura, o calor escaldante durante o dia e um frio rigoroso durante a noite. Para onde se olha não existe nada, a não ser a solidão. Muitas vezes ele deixa de ser apenas um lugar físico e passa ocupar o nosso interior.

Santo Tomás de Aquino dizia que não existe dor pior do que o silêncio de Deus. Aqueles momentos em que rezamos e nada acontece, parece que Deus não nos ouve e se afastou de nós. Realmente quanta dor isso traz ao nosso coração.

Assim como o Cristo somos levados ao deserto, lugar de penitência, oração, formação e encontro com Deus. Precisamos ser preparados pelo Senhor para a missão de anunciar o Evangelho. Jesus fica no deserto e se prepara para anunciar que o reino estava próximo e chamar os homens a conversão, o servo não é maior que o seu Senhor.  Devemos nós hoje continuar essa missão do Cristo, tão difícil nestes dias em que vivemos.

 

É momento de unir-se ao Senhor, completar na carne aquilo que faltou a cruz de Jesus (Cl 1, 24) e mergulhar fundo na missão de resgatar as almas. É preciso se preparar, no corpo e também na alma. O inimigo vem furioso, mas Deus nos dá a força para vencê-lo e saímos mais fortes. Afinal, no deserto Deus nos revela grandes coisas.

Em meio a estes sentimentos podemos aprender uma grande lição: O deserto nos leva a conhecer a Deus. Depois que ele passa conseguimos enxergar as belezas que este tempo formou em nossas almas.
É preciso saber aproveitar o tempo, enxergar além das aparências e ver que Deus fala em todos os momentos. Nessa hora são formados os homens agradáveis a Deus.

O caminho da Cruz é o que Deus reserva aos seus escolhidos, quanto mais os ama, mais os sobrecarrega de tribulações. Santa Teresa de Jesus.

Que O Espírito Santo nos conduza a este momento desafiador, mas necessário na vida de todo cristão. Momento em que vivemos muitas vezes no silêncio, aquele que nos permite ouvir a voz de Deus. Que este tempo de penitência e revisão de vida nos inspire a oração e a conversão, que vivamos este tempo com amor, que ele nos prepare para a maior missão de todas: A SANTIDADE. O maior incentivo para se viver bem o deserto e as provações é amar a Deus, sem o amor nada vale. Deus tem preparado os escolhidos para a edificação do seu Reino. E você deseja viver essa experiência?

Jean Alex Pinhata

Discípulo CCPD

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