A palavra liturgia é usada constantemente no meio religioso. Por vezes, sendo atribuída de maneira a definir somente uma pequena fração do que realmente é.
Liturgia pode ser definida como conjunto dos elementos e práticas do culto religioso.
Mas, gostaria de abordar aqui um pouco da Liturgia experimentada e vivida em comunidade e no cotidiano, que dificilmente poderemos encontrar em uma definição fria e pontual.
A liturgia não é algo estático, com definições e ritos “engessados”. A liturgia, apesar de apresentar ritos específicos, próprios de cada tempo, é dinâmica e viva. Cada elemento que apresenta em si, nos desafia a novas experiências de amor com Deus e o próximo. Nos leva a contemplar e tocar o mistério de um Deus próximo, vivo que vem ao nosso encontro e deseja a salvação do homem.
- Pela Liturgia da terra participamos, saboreando-a já, na Liturgia celeste celebrada na cidade santa de Jerusalém, para a qual, como peregrinos nos dirigimos e onde Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo ; por meio dela cantamos ao Senhor um hino de glória com toda a milícia do exército celestial, esperamos ter parte e comunhão com os Santos cuja memória veneramos, e aguardamos o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até Ele aparecer como nossa vida e nós aparecermos com Ele na glória. (Sacrosanctum Concilium – A Liturgia terrena, antecipação da Liturgia celeste)
O cuidado, zelo desta experiência impar, singular e constante, vem do coração daquele que deseja sempre vivê-la e, levar ao mundo a alegria da salvação de Deus que ali se revela.
O zelo litúrgico passa pelo cuidado de conservar, cuidar com o testemunho e vida nova o que a liturgia nos traz de mais belo e libertador.
Enquanto rito, divide-se em dois grandes banquetes, que vivenciamos na santa missa: a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.
Na mesa da Palavra, Cristo se manifesta nos ensinamentos, profecias e testemunhos que a sagrada Escritura nos apresenta e nos alimenta.
Na mesa da Eucaristia , Cristo se faz presente em corpo e sangue no altar. Ali se doa como alimento para nossas almas e fortaleza para a caminhada.
Um Deus que vem ao nosso encontro e deseja permanecer conosco.
Enquanto vida, nos convida a cada momento testemunhar esse Deus presente, a ser luz e sal para o mundo conferindo a este sabor e vida. O novo de Deus para cada homem, resgatando a dignidade de filhos amados.
Célia Santana
Co fundadora CCPD