O Papa Francisco iniciou a Audiência Geral falando fora do texto sobre o primeiro dia de primavera. “Boa primavera!” desejou a todos, para então recordar que, à exemplo do que acontece com as plantas nesta estação, “a vida cristã deve ser uma vida que deve florescer nas obras de caridade, no fazer o bem”, e que se não temos raízes, “não poderemos florescer”, e Jesus é a raiz.
“Se não tens Jesus na raiz, ali, não florescerás. Se tu não regas a tua vida com a oração e os sacramentos, haverá flores cristãs?”, pergunta. “Não! Porque a oração e os sacramentos regam as raízes e a nossa vida floresce. Faço votos de que esta primavera seja para vocês uma primavera florida, como será a Páscoa florida. Flores de boas obras, de virtudes, de fazer o bem aos outros.
Eucaristia
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue verdadeiramente uma bebida”.
Em sua reflexão, Francisco inspirou-se no Evangelho de São João (6,54-55) para falar sobre a Comunhão, dando continuidade assim a sua série de catequeses sobre a Santa Missa, que é toda “ordenada para a Comunhão sacramental”, não a espiritual que posso fazer em casa dizendo: “Jesus, eu gostaria de te receber espiritualmente”, mas a Comunhão sacramental.
“Celebramos a Eucaristia para nos nutrirmos de Cristo, que doa a si mesmo quer na Palavra como no Sacramento do altar, para conformar-nos a Ele”, disse o Santo Padre dirigindo-se aos cerca de 15 mil fiéis de diversos países presentes na Praça São Pedro, a uma temperatura de 8°C.
“O gesto de Jesus que deu aos seus discípulos o seu Corpo e o seu Sangue na última Ceia – explicou – continua ainda hoje pelo ministério do sacerdote e do diácono, ministros ordinários da distribuição aos irmãos do Pão da vida e do Cálice da salvação”.
“Depois de ter partido o Pão consagrado, isto é, o Corpo de Jesus, o sacerdote o mostra aos fiéis, convidando-os a participar do banquete eucarístico”, dizendo as palavras: “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor: eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”.
Este convite inspirado em uma passagem do Apocalipse – recordou o Santo Padre – “nos chama a experimentar a íntima união com Cristo, fonte de alegria e de santidade”:
“É um convite que alegra e ao mesmo tempo impele a um exame de consciência iluminado pela fé. Se por um lado, de fato, vemos a distância que nos separa da santidade de Cristo, por outro acreditamos que o seu Sangue é “derramado pela remissão dos pecados”. Todos nós fomos perdoados no batismo e todos nós somos e seremos perdoados cada vez que nos aproximarmos do Sacramento da Penitência. E não esqueçam, Jesus perdoa sempre. Jesus não se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir perdão”.
O Papa recordou Santo Ambrósio quando exclama: “Eu que peco sempre, devo sempre dispor de remédio!”, e com esta fé “também nós voltamos o nosso olhar ao Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo e o invocamos” com as palavras: “Ó Senhor, não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. Isso dizemos em cada Missa”:
“Se somos nós a nos mover em procissão para fazer a Comunhão, nós vamos em direção ao altar em procissão para fazer a comunhão. Na realidade é Cristo que vem em nosso encontro para assemelharmo-nos a Ele. Há um encontro com Jesus! Nutrir-se da Eucaristia significa deixar-se transformar enquanto recebemos”.
“ Cada vez que nós comungamos, mais nos assemelhamos a Jesus, mais nos transformamos em Jesus. ”
“Como o pão e o vinho são convertidos no Corpo e Sangue do Senhor, assim aqueles que os recebem com fé, são transformados em Eucaristia viva.”
Ao responder “Amém” ao sacerdote que diz “Corpo de Cristo”, se reconhece “a graça e o empenho que comporta tornar-se Corpo de Cristo. Pois quando tu recebes o Corpo de Cristo, tu te tornas Corpo de Cristo. É belo isto, é muito belo!”
“Enquanto nos unimos a Cristo, separando-nos de nossos egoísmos, a Comunhão nos abre e une a todos aqueles que são um só n’Ele. Eis o prodígio da Comunhão: nos tornamos aquilo que recebemos!”
O Papa reforça que a Igreja deseja que os fiéis recebam o Corpo do Senhor “com hóstias consagradas na mesma Missa” e que “o sinal do banquete eucarístico se expressa com maior plenitude se a santa Comunhão é feita sob duas espécies, ainda que a doutrina católica ensine que sob uma espécie somente se recebe o Cristo inteiro”.
O fiel se aproxima e comunga em pé com devoção ou de joelhos, como estabelecido pela Conferência Episcopal, recebendo o Sacramento na boca ou, onde é permitido, na mão, como preferir.
O Santo Padre recorda que após a Comunhão, para custodiar no coração o dom recebido, “nos ajuda o silêncio, a oração silenciosa. Prolongar um pouco aquele momento de silêncio, falando com Jesus no coração, nos ajuda tanto, como também cantar um Salmo ou um hino de louvor, que nos ajude a estar com o Senhor”.
A Oração após a Comunhão conclui a Liturgia Eucarística. “Nela, em nome de todos, o sacerdote dirige-se a Deus para agradecer a Ele por nos fazer seus convidados e pedir que o que foi recebido transforme a nossa vida”.
“A Eucaristia nos torna fortes para dar frutos de boas obras para viver como cristãos”.
Significativa – disse o Papa ao concluir – é a oração de hoje, em que pedimos ao Senhor que “a participação ao seu sacramento seja para nós remédio de salvação, nos cure do mal e nos confirme na sua amizade”.
“Aproximemo-nos da Eucaristia: receber Jesus nos transforma n’Ele, nos faz mais fortes. É tão bom e tão grande o Senhor!”
Radio Vaticano