Celibato para o Reino dos céus

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“Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos Céus. Quem puder compreender, compreenda”.”
São Mateus, 19 

Nestes dias com tendências tão hedonistas e individualistas fica-se difícil falar de uma realidade tão desafiadora quanto o Celibato por amor ao reino dos céus.  O celibatário antecipa na Terra aquilo que viveremos no céu: um eterno casamento com o esposo de nossas almas. Então, o celibatário demonstra para nós aquilo que todos nós seremos um dia. Ele é um sinal visível de que a eternidade existe.

O celibatário é alguém que foi ferido de amor, alguém que foi profundamente amado pelo seu Senhor e agora deseja unir-se de uma maneira sobrenatural aquele que desposou a sua alma. Somos chamados a estarmos aos pés da cruz, leito nupcial dos consagrados com o seu Senhor onde se envolve intimamente com o Amado e experimenta-se do seu amor incondicional.

O Celibatário é chamado a assemelhar-se ao seu amado na Cruz, totalmente entregue ao Senhor. Alguém que trás em si as feridas de um amor avassalador e que busca somente em Deus a cura dessas feridas. Feridas essas onde se acolhe as dores de toda uma humanidade sofrida e marcada pela ausência de Deus, o sofrimento originário de todos os outros sofrimentos.

A cruz e mais ainda o Crucificado marcam a nossa historia, representadas no Antigo e no Novo Testamento pela figura do matrimônio. A espiritualidade dos esponsais é uma experiência de amar e ser amado pelo amor. A esponsalidade está ligada a fidelidade e Cristo quer destacar esse amor incondicional e essa entrega quando se mostra na figura do esposo da Igreja. E.P.D. Art 7 Inciso IV.

Abraçar a vida no celibato não significa renunciar a sua sexualidade, nos diz São João Paulo II, mas reconhecê-la como um dom de uma entrega total de si para Deus e para o outro, por amor ao reino de Deus.

A resposta do chamado do Senhor ao celibato por toda a vida é um dom particular de si, para retribuir de modo particular o amor esponsal do Redentor, um dom de si entendido como renúncia, mas feito sobretudo com amor. TdC, 79,9.

O celibatário carrega dentro de si um amor tão grande que, dividi-lo apenas com uma pessoa no matrimonio não seria suficiente. Ele é aquele que deseja mais, quer sempre mais. Existe uma sede no coração de cada celibatário, ecoa-se na alma o grito de Jesus crucificado: Tenho Sede. Sede de que todos encontrem a Jesus, que todos possam conhecer esse amor que desposa as nossas almas e traz sentido a nossa existência.

Um grito que ecoa e chama a estar ligado ao seu Amado, um amor tão profundo e radical que preenche todo o seu coração, não sobrando espaço para nada que não seja o objeto do seu amor. A vivência de alguém que busca viver absorvido em Deus, uma só carne com o seu Senhor.

Jean Pinhata

Pré-discípulo CCPD

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