Palavra do Fundador

“Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e, indo buscar fruto, não o achou. Disse ao viticultor: Eis que três anos há que venho procurando fruto nesta figueira e não o acho. Corta-a; para que ainda ocupa inutilmente o terreno?”. Mas o viticultor respondeu: “Senhor, deixa-a ainda este ano; eu lhe cavarei em redor e lhe deitarei adubo. Talvez depois disso dê frutos. Caso contrário, mandarás cortá-la.” Lucas 13, 6-9

A vida do cristão pode ser comparada a metáfora da figueira utilizada por Jesus para ensinar que é preciso ser e fazer segundo a essencialidade, ou seja, o que fomos constituídos para ser e fazer, essa configura-se como condição essencial pois expressa o plano originário de Deus para cada ser humano que por conseguinte só será plenamente feliz se viver exatamente o que foi feito para ser e fazer. A constatação da realização do ser/fazer expressa a fecundidade da figueira, enquanto a não realização, de forma oposta, designa a esterilidade do humano.

Na metáfora também é apontada a temporalidade como fator importante, condicionante, pois a possibilidade de mais tempo é também a possibilidade de se refazer em vista de se alcançar o sonho de Deus para a sua vida. Também é possível entender que Deus, que é atemporal, age na temporalidade humana, respeitando a condição processual do descobrimento da verdade sobre si mesmo.

O início de um novo ano designa justamente isso, uma nova chance, assim como é dada a ‘figueira’, uma nova possibilidade, favorecida por uma temporalidade atuante, na qual se pode acertar onde se errou, descobrir o que está velado e determinar-se pelo que ainda é incerto. É a oportunidade dada por Deus para se produzir fruto, pois esse não existirá sem estarmos no centro da vontade divina. 

Deus está lhe dando 2023 como o ano da maturidade, condição própria do que é maduro, de alcançar a condição plena do que se é. Deus está lhe dando o ano de 2023 como o ano da conversão, condição própria da mudança de direção, do determinar-se segundo a originalidade da vontade de Deus. Maturidade e conversão são características próprias de um cristão verdadeiro. Por outro lado, a esterilidade do passado deve ser uma plataforma formativa daquilo que não se deve ser e viver. Assim, se queres avançar, olhe para esterilidade do passado como aprendizado e vislumbre a fecundidade do futuro como esperança a fim de que sejas revitalizado hoje como testemunho da vontade de Deus. 

“Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios. Os que ele distinguiu de antemão, também os predes­tinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos.” Romanos 8,28-29

Diácono Luizinho

Fundador da Comunidade Passio Domini