Oração, fruto da intimidade com Deus

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Sabe como surgiu a humanidade? Do amor de Deus.

“Deus é amor” (1 Jo 4, 8.16). Mas, como amar sem ter o objeto a ser amado? Deus é a natureza que subsiste por si mesma, ensina a filosofia. É o ser incriado, que existe antes do tempo e do espaço. Um Ser que já tinha em si o amor.

Assim, era necessário criar alguém para amar. E, como num enxoval descrito em Gênesis, preparou tudo, até que em um determinado momento disse: “façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1,27). Até então era “Deus disse”. Pela primeira vez “façamos”, no plural. Portanto, um desejo Trino (Pai, Filho e Espírito Santo). À sua imagem. A imagem se reflete no espelho, na água, naquele lugar onde é possível se ver. Semelhança não é igualdade. É algo parecido. Duas maçãs são sempre semelhantes, mas nunca iguais. O que há em uma não há na outra. E assim, Deus cria alguém para amar, que Lhe é parecido, à sua imagem e semelhança.

E, como apregoa o salmista, “Fostes vós que plasmastes as entranhas de meu corpo, vós me tecestes no seio de minha mãe” (Sl 138,13). E assim somos. Plasmados, fecundados no amor, por amor, para o amor.

E o amor de Deus por nós é eterno, atemporal, adimensional.

Na relação de amor, seja com Deus ou com o próximo, sempre há o diálogo. Ora, esta palavra, por si mesma, já se define: fala em que há a interação entre dois indivíduos. E com Deus não deve ser diferente. A oração é fruto de um diálogo entre o ser criado e seu Criador. E aqui está o sobrenatural. O ser criado reconhece-se fruto deste amor incriado e, por isto, se coloca pequeno diante Dele, como sua pertença.

Como então dialogar (orar) ao Deus amor?

Santa Teresinha do Menino Jesus nos mostra como: “Para mim, a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”.

Ora, na relação de amor o olhar diz muito. Não se fazem necessárias palavras, tamanho é o sentimento que traz em si

Deus é Pai, e como tal, nos convida a intimidade com Ele através de atitudes concretas.  “Essa atitude de amor fiel vem sempre em primeiro lugar na oração; a atitude do homem é sempre resposta a esse amor fiel. À medida que Deus se revela e revela o homem a si mesmo, a oração aparece como um recíproco apelo, um drama de Aliança. Por meio das palavras e dos atos, esse drama envolve o coração e se revela” (Catecismo, §2567).

Esse olhar, essa intimidade devem ser de coração aberto para sentir a presença de Deus. Uma vida espiritual sem a oração torna-se tão seca quanto um jardim que nunca é regado. Sem água as flores morrem aos poucos. É a água, o adubo, o cuidado que temos com o jardim que faz com que ele cresça e seja belo! Na vida de oração o mesmo processo acontece: se não dedicarmos um tempo para estarmos a sós com Deus, iremos aos poucos deixando nossa espiritualidade seca e sem vida.

Quando oramos fazemos a experiência de Deus em nós. Uma vida de oração transforma a alma num jardim florido, no qual cada flor revela um dom de Deus para ser colocado a favor de cada irmão e irmã. No cotidiano da nossa história a oração é uma ponte que nos liga a Deus e aos nossos irmãos.

“Um coração humilde e confiante que nos faz “retornar à condição de crianças” (Mt 18,3), porque é aos pequeninos que o Pai se revela (Mt 11,25): é um olhar sobre Deus tão-somente, um grande fogo de amor” (Catecismo, §2785).

 

Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana

 

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